sábado, 7 de dezembro de 2013

Rio Branco registrou 6 mil casos de violência doméstica até agosto

Promotora Acre (Foto: Veriana Ribeiro/G1)

O número de processos em andamento na Vara de Violência Doméstica em Rio Branco até 31 de agosto deste ano, de acordo com levantamento feito pelo órgão, foi de 6.090. O número é maior que as quatro varas criminais do município, que juntas contam com 5.928 processos.
"Tem uma quantidade enorme de processo", afirma a promotora da Vara, Dulce Helena. Um dos motivos para o número ser tão alto é devido as medidas protetivas em andamento, que chegam a ser 2.514. Esse tipo de processo não é encontrado nas varas criminais.
A promotoria explica ainda que desde o ano passado os inquéritos não são mais registrados. Isso significa que existe uma quantidade de inquéritos na delegacia e que ainda vão chegar à Vara. De acordo com o órgão, a estimativa é que cerca de 4 mil inquéritos estão na delegacia.
Comparativamente, cada vara criminal tem cerca de um quarto dos processos da Vara de Violência Doméstica. Atualmente encontra-se em andamento 2.319 ações penais, 1.112 inquéritos policiais e flagrantes, 2.514 medidas protetivas e 145 outros processos, totalizando um número de 6.090 processos nesta Vara.
Na 1ª Vara Criminal, são 901 ações penais, 567 inquéritos policiais e flagrantes, além de 57 outros processos. No total, são 1525 processos em andamento. Na 2ª Vara Criminal são 835 ações penais, 506 inquéritos policias e flagrantes, além de 56 outros processo, totalizando 1.397 processos em andamento.
Na 3ª Vara Criminal encontram-se 824 ações penais, 633 inquéritos policiais e flagrantes, além de 80 outros processos, que somados chegam a 1537 processos em andamento. Já na 4ª Vara Criminal, são 884 ações penais, 507 inquéritos policias e flagrantes e 78 outros processos, chegando a um total de 1.469 processos em andamento.
Reincidência
Para diminuir a quantidade de processos são feitos mutirões. "Nos tínhamos em torno de 7 mil processos na vara há cerca de dois meses. O importante é a reeducação, porque muitos são punidos e voltam a agir, às vezes com as mesmas vítimas", diz Dulce Helena.
A reincidência é um fator preocupante e alarmante. "Tentamos desconstruir esse machismo. Às vezes elas precisam do agressor emocionalmente, financeiramente, ou os dois. Então fica muito difícil de acabar com esse ciclo vicioso", alega a promotora.
Dulce Helena acredita que além de punir o agressor é necessário realizar um trabalho preventivo, que desvincule a vítima do contexto de violência doméstica e familiar. "Aqui tem uma psicóloga e uma assistente social, isso é importante, porque normalmente as vítimas vão à delegacia, mas às vezes elas vem até o Ministério Público, que colhe as informações. Dependendo do caso, do estado das vítimas, eu encaminho para a equipe multidisciplinar fazer um acompanhamento. Elas sofrem a violência dentro de casa, estão muito fragilizadas, precisam de um apoio para se sentirem cidadãs", afirma.
FONTE.G1

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