quarta-feira, 17 de julho de 2013

Caladinho, lembrado na campanha, esquecido na gestão

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Luciano Tavares – da redação de ac24horas
lucianotavares.acre@gmail.com
Ele mentiu de novo! Em agosto do ano passado, o governador Sebastião Viana fez a entrega de documentos de concessão de uso a 558 moradores do Caladinho e prometeu que dias depois eles receberiam serviços de infra-estrutura no valor de R$ 30 milhões. Tudo não passou de promessa eleitoreira a favor de Marcus Viana, que seria eleito um mês após a visita ao Caladinho.
Quase um ano depois os moradores continuam esperando a promessa feita por Sebastião Viana. No Caladinho não há água tratada, rede de esgoto, ruas pavimentadas, posto de saúde e escola. Os moradores têm que conviver ainda com a falta de segurança pública e a energia elétrica é toda clandestina.
Cansados de esperar, os moradores foram às ruas nesta terça-feira. Por mais de três horas ele fecharam o trevo conhecido como quatro Bocas, na Avenida Antônio da Rocha Viana, pedindo ao governo que cumpra as promessas. Na manifestação foi interditado o acesso a Porto Acre e a mais dez bairros de Rio Branco. As manifestações repercutiram rapidamente e uma comissão de moradores foi chamada por integrantes do governo para uma conversa. Na reunião, segundo a comissão de moradores, os negociadores do governo prometeram alguns serviços de reabertura de ruas no local, mas informaram que o bairro entra no cronograma de benefícios do Estado só no ano que vem. Por enquanto os moradores vão continuar no descaso.
Logo após os protestos, ac24horas foi até o Caladinho e constatou o total abandono. Transitar só é possível a pé. Quem chega estaciona a moto ou carro na entrada do bairro, na rua Eduardo Pinto, que é o acesso principal do Caladinho, um acesso intrafegável até no verão.
Pequenos casebres, postes feitos de ripas e pernamancas, com emaranhados de fios, entulhos, acessos tomados pelo mato formam a paisagem do bairro.
No Caladinho, os criminosos se sentem mais à vontade para roubar e cometer outros crimes. Sem ruas os policiais não podem entrar com as viaturas e o trabalho ostensivo é feito a pé.
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“Isso aqui é muito difícil. No inverno é só a lama, no verão é isso ai que você ta vendo. Essa aqui é a rua principal (rua Eduardo Pinto). Se a principal já é desse jeito imagina as outras? Aqui é cheio de rabicho. De noite a gente só falta cair aqui. Não há benefício nenhum pra nós. Eles roubam aqui e a polícia não tem nem como entrar só se for em cavalo”, desabafa dona Deuzuite da Silva Dias, moradora no local.
Moradores reafirmam que foram enganados pelo governo
CALADINHO_deuzuiteFoi a entrega desses documentos de concessão de uso e as promessas eleitoreiras, não cumpridas aos moradores do Caladinho até hoje, em plena campanha eleitoral em 2012, que levou o Ministério Público Eleitoral a ingressar com uma representação eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), pedindo a cassação do diploma e a inelegibilidade do prefeito eleito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT) e de seu vice, Márcio Batista (PCdoB)
O pedido de cassação resultou do processo de investigação, instaurado pelo promotor eleitoral, Rodrigo Curti.  As denúncias foram feitas no mês de novembro, logo após as eleições municipais, pelos moradores do bairro Caladinho.  Ele procuraram o Ministério Público Eleitoral, depois de descobrir que os documentos distribuídos pelo Governo do Acre, não teriam validade para fins de aquisição de financiamento junto às instituições financeiras, ao contrário do que tinha prometido o governo.
De acordo com dona Deuzuite (FOTO) “a alegria durou pouco porque descobrimos que esse documento não tem essa validade que eles diziam e para a gente autenticar ainda tem que pagar R$ 150 no cartório”.
FONTEac24horas.com

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